Mahmoud Abbas parece determinado a entrar para a história não como o presidente que defendeu a unidade palestina, mas como o líder que tentou subjugá-la à sua vontade. Sua recente tentativa de modificar a Constituição Palestina para atender aos seus interesses pessoais confirma um fato inegável: o poder, quando não renovado, apodrece.
Abbas governa sem mandato há mais de quinze anos. Cancelou eleições, silenciou a oposição, transformou a Autoridade Palestina em uma estrutura burocrática sem alma e agora busca alterar a Constituição, não para modernizá-la, mas para perpetuar seu domínio.
Cada artigo que ele tenta modificar sem o consentimento do povo será um golpe direto no espírito da legalidade palestina, um insulto àqueles que acreditaram na autodeterminação e uma zombaria da história de resistência de todo um povo.
O povo palestino não suportou mais de sete décadas de ocupação, exílio e martírio apenas para ser governado por decreto, nem para testemunhar uma liderança envelhecida substituir a vontade popular pela obediência.
Alterar a Constituição em um contexto de ocupação, divisão e falta de legitimidade eleitoral não é um ato político: é uma usurpação.
A Palestina hoje precisa de uma liderança coletiva, renovada e transparente que una Gaza, a Cisjordânia e a diáspora sob uma única bandeira de justiça e dignidade. Não precisa de reformadores de gabinete, mas de homens e mulheres capazes de ouvir o povo, de realizar eleições e de devolver a voz àqueles que verdadeiramente detêm a soberania: os palestinos.
A UPAL reafirma que a Constituição Palestina pertence ao povo, não aos seus governantes; que uma liderança sem legitimidade é um vazio que a história não perdoará; e que nenhum decreto pode substituir a voz da nação.
A Palestina não é governada pelo medo, nem é herdada como um trono. Ela foi construída com sacrifício, com democracia e com a força moral de um povo que jamais aceitará ser silenciado.
União Palestina da América Latina – UPAL
14 de novembro de 2025