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Trump está usando a Venezuela para desviar a atenção de Israel?
Editorial da União Palestina da América Latina - UPAL
Publicado em 02/12/2025 13:30
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Na política internacional, nada acontece por acaso, muito menos quando se trata dos Estados Unidos, de Israel e das tensões globais que ambos geram. A recente insistência de Donald Trump em colocar a Venezuela no centro do debate continental não pode ser interpretada isoladamente de um fato maior: a crescente rejeição global aos crimes do regime sionista na Palestina.

 

Hoje, mesmo dentro da própria sociedade americana, surgem vozes que reconhecem a brutalidade da ocupação e o colapso moral que acompanha o apoio incondicional a Israel. E justamente quando os massacres em Jenin, Gaza e na Cisjordânia ocupada se tornam impossíveis de encobrir, as ameaças, a retórica inflamatória e os velhos discursos sobre “ditaduras latino-americanas” reaparecem. A estratégia de distração é clara.

 

Trump — assim como grande parte da elite americana — sabe que a narrativa israelense perdeu credibilidade, que o mundo está testemunhando os crimes do ocupante em tempo real e que a máquina de propaganda sionista está ruindo. Nesse contexto, concentrar a atenção na Venezuela nada mais é do que uma tentativa desesperada de reduzir a pressão política e midiática sobre Israel.

 

A UPAL reafirma sua rejeição absoluta à interferência dos EUA nos assuntos internos da Venezuela. A história demonstra que Washington nunca hesitou em desestabilizar outros países quando se trata de proteger seus interesses. Será que isso realmente representa uma preocupação com a “democracia”? Ou é mais uma manobra para obter acesso aos vastos recursos naturais da Venezuela, como tem feito ao longo de sua história na América Latina, no Oriente Médio e em outras regiões do mundo?

 

Essa manobra também beneficia outros atores: o regime sionista, que busca aliados para melhorar sua imagem; e uma Autoridade Nacional Palestina completamente ineficaz, incapaz de proteger seu povo, eficaz apenas em coordenar a segurança com o ocupante, enquanto nega passaportes a qualquer um que não se alinhe aos seus interesses. Pode uma entidade que não defende aqueles que alega representar ser chamada de autoridade?

 

Os Estados Unidos podem tentar desviar a atenção, mas a Palestina permanece no centro da questão. Nenhuma manobra geopolítica pode obscurecer a verdade: Israel é um projeto colonial sustentado pela violência, e a libertação palestina é um direito legítimo e inalienável.

 

A UPAL insiste: nenhuma distração — seja a Venezuela ou qualquer outro país — apagará a responsabilidade do sionismo ou de seus cúmplices. Hoje, mais do que nunca, a diáspora palestina e os povos do mundo devem manter os olhos fixos no que realmente importa: a luta de um povo por sua terra, sua dignidade e seu futuro.

Um único Estado laico, democrático e inclusivo é a única solução justa.

 

União Palestina da América Latina (UPAL)

 

1 de dezembro de 2025

 

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