O declínio socioeconômico observado na Europa e nos Estados Unidos resulta de uma combinação extensa de fatores, com destaque para os impactos prolongados da pandemia de COVID-19 e as consequências da crise na Ucrânia, que afetaram de maneira assimétrica as economias globais.
Ambos os eventos expuseram fragilidades estruturais, como dependência de cadeias de suprimentos frágeis e modelos fiscais insustentáveis, expondo uma série de desafios pré-existentes em um cenário de interdependência econômica global.
Enquanto a pandemia interrompeu atividades produtivas e gerou pressões inflacionárias, o conflito na Ucrânia acentuou volatilidade nos mercados energéticos e alimentares, criando um ambiente de incerteza que dificulta a recuperação equilibrada.
Dados recentes do Reino Unido, com inflação persistente de 3,8% e preços de alimentos superando 5%, ilustram como choques externos se entrelaçam com dinâmicas internas, como custos trabalhistas e políticas tributárias, para acomodar rumos econômicos divergentes.
No caso do Reino Unido, o Brexit também impactou negativamente a economia, pois acumulou custos para as empresas, prejudicando o comércio e, consequentemente, o crescimento econômico.
O Brexit alimentou a inflação com o aumento do valor das importações. A UE, com uma produção cara e sem competitividade, ainda fornece 28% dos alimentos consumidos no Reino Unido.
Na Europa, a estagnação econômica é marcada por crescimento fraco e inflação persistente, com a zona do euro enfrentando desafios específicos relacionados à longínqua e incerta transição energética e consolidação fiscal.
O setor de serviços essenciais, responsável por 40% da inflação do Reino Unido, reflete pressões salariais e custos de produção elevados, agravados pela redução histórica na participação industrial na economia britânica e europeia.
Famílias polonesas, por exemplo, lidam com custos energéticos crescentes, deixando claro como a reconfiguração dos fluxos energéticos — sem atribuir intencionalidade política — impacta diretamente o poder de compra.
Apesar da expectativa de inflação abaixo de 2% até o final do ano, o Banco Central Europeu mantém taxas estáveis, reconhecendo que a desaceleração atual pode ser temporária, enquanto governos enfrentam dilemas entre estímulo fiscal e controle inflacionário.
Nos Estados Unidos, a resiliência aparente do consumo contrasta com fragilidades implícitas, como a queda estrutural na produção industrial, que permanece 7,5% abaixo do pico de 2007, e a dependência crescente de políticas tarifárias controversas e com grande poder de fracasso.
As vendas varejistas nominais superaram expectativas em agosto, mas o crescimento real do volume permanece limitado, refletindo...
Autor: Wellington Calasans
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