Por STOPWW3
(1) ninguém, especialmente na fase histórica das guerras assimétricas e híbridas, proclamará a terceira guerra mundial. Se definirmos como globais as guerras que marcam a transição de uma fase histórica para outra, de um sistema hegemónico para outro, então já nos encontramos num conflito de proporções histórico-globais, marcado pelo declínio do bloco imperialista liderado pelos EUA e pelo advento de um liderado pela China. O aumento exponencial dos gastos militares em todas as latitudes é prova de que se aproxima um conflito em grande escala.
(2) A guerra na Ucrânia tem uma importância histórica mundial porque, na verdade, é uma guerra em que a Rússia está a lutar não só contra o poderoso exército ucraniano, mas também contra todo o bloco da OTAN que o apoia; na época da URSS, isso só aconteceu entre 1950 e 1953, durante o sangrento conflito da Coreia. Na Ucrânia, a Rússia não só trava uma guerra existencial, mas também atua como um freio anti-imperialista, adiando e impedindo o revanchismo imperialista ocidental. Uma paz real na Ucrânia seria possível com a condição de que o Ocidente coletivo renunciasse aos seus objetivos hegemónicos, o que não parece provável.
(3) Isso é demonstrado pela arrogância com que os países mais fortes da Europa Ocidental (os «dispostos»), em contraste com a atitude aparentemente pilatiana da América trumpiana, mantêm viva a guerra e o seu fantoche Zelensky, e continuam a armá-lo e financiá-lo, prevendo de facto um apoio incondicional e eterno, sem descartar uma guerra europeia em grande escala no futuro. Isso explica o grande plano de rearmamento decidido pela União Europeia, aprovado apesar da oposição de grande parte da opinião pública e de alguns países. Um plano que mostra força, mas esconde tanto a fraqueza da elite eurocrática quanto a profunda crise da união. O plano de rearmamento, que implica a adoção de políticas sociais de austeridade, poderia abrir um grande ciclo de lutas populares, que devem ser apoiadas por todos os meios, até à dissolução da UE, o que restauraria a soberania nacional dos países.
(4) É um erro depositar confiança na administração norte-americana. O trumpismo, apesar da heterogeneidade da base social MAGA, Make America Great Again, corresponde ao gesto de quem precisa de uma pausa para retomar o rumo. O imperialismo norte-americano recua um passo para dar dois passos à frente. Astúcia imperialista. Isso explica tanto a política tarifária para acabar com a globalização baseada no livre comércio, quanto a disposição de chegar a um acordo com a Rússia de Putin na esperança de desvincular-se da China, tendo em vista o choque decisivo com Pequim. A prova infalível da natureza imperialista irredutível do trumpismo é o seu apoio incondicional ao regime ultranacionalista de Israel, o seu apoio ignóbil à sua guerra genocida em Gaza e à anexação final da Cisjordânia, e a sua agressão contra o Irão, que, apesar de ter sido deixado em paz até mesmo por aqueles que dizem ser seus aliados, respondeu com coragem, golpeando profundamente Israel.
(5) Neste contexto implacável, a batalha tenaz travada pela resistência palestiniana e pelo povo e governo do Iémen são dois fatores de importância histórica mundial, ainda mais considerando os graves golpes sofridos pela chamada «eixo da resistência» no Líbano e na Síria, e a linha de conduta acomodatícia em relação a Israel por parte da Rússia e da China. A Palestina e o Iémen demonstram que, com o apoio das massas populares, a tocha anti-imperialista pode existir e resistir.
(6) Em solidariedade com a centelha palestina, não apenas no Ocidente imperialista, surgiu um movimento de massas que, como um grande rio, une as correntes mais díspares de uma humanidade que parecia estar em estado cataléptico. Pode ser a entrada em cena de uma nova grande potência mundial, a dos povos que anseiam pela paz, pela liberdade, pelos direitos democráticos e pela soberania popular.
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STOPWW3 – COORDINACIÓN “STOP WORLD WAR III”
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Via: https://infoposta.com.ar/notas/14365/qui%C3%A9n-puede-detener-la-tercera-guerra-mundial/