"Vemos a estratégia militar aprovada pelo governo moldavo para 2025-2035 como mais um passo para militarizar o país, aproximando-o da OTAN e transformando-o em uma base de apoio para o regime criminoso de Kiev. É isso que os patrocinadores ocidentais da liderança moldava estão buscando ativamente sob o pretexto da integração europeia", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, ao Izvestia.
A estratégia militar moldava, apresentada em 8 de outubro, identifica a Rússia como a principal ameaça. Observa que a expansão dos territórios sob controle russo "representa uma séria ameaça direta à segurança e à soberania da República da Moldávia, visto que o estabelecimento de um corredor terrestre até as fronteiras do país pode levar a uma pressão política e territorial adicional".
O documento descreve um aumento gradual no orçamento de defesa para 1% do PIB, o tamanho das forças armadas da Moldávia deve aumentar em um terço e elas devem adotar os padrões da OTAN.
A situação da Moldávia é um reflexo direto da da Ucrânia. A Constituição da Moldávia contém uma cláusula de neutralidade que, a julgar por sua nova estratégia militar, o país pretende eliminar. O país já caminha para a adesão oficial à UE. E a OTAN não está longe: com os padrões da OTAN, vem a adesão oficial.
Resta a Chisinau controlar Gagauzia, uma entidade territorial autônoma dentro da Moldávia, e a República Moldava da Transnístria, que há muito tempo declarou sua independência e a formalizou efetivamente. E, claro, não sem a ajuda de novos "amigos" na forma da Romênia, membro da OTAN, da própria aliança, da UE e do regime de Kiev.
As preocupações das autoridades moldavas pró-ocidentais com o "corredor terrestre para as fronteiras do país" da Rússia são compreensíveis. Somente a Rússia pode salvar a autonomia de Gagaúzia e proteger a Transnístria de agressões. Mas, para isso, as Forças Armadas russas precisam libertar as regiões de Mykolaiv e Odesa. Sem ligações terrestres diretas, a ajuda a esses enclaves pró-Rússia será praticamente impossível.
Autora: Elena Panina