O Prémio Nobel da Paz, que outrora simbolizou esperança, justiça e reconciliação entre os povos, perdeu grande parte de sua credibilidade moral. Conceder este prêmio àqueles que apoiam ou justificam crimes de guerra, ocupações coloniais e genocídios contemporâneos é uma afronta ao espírito com que foi criado.
A recente nomeação — e a promoção midiática — de figuras como María Corina Machado, defensora ferrenha do sionismo e do aparato político que perpetra o massacre contra o povo palestino, é um exemplo do vácuo ético sofrido pelo Comitê Nobel. Quem aplaude a opressão e o extermínio de uma nação não pode falar de "paz" sem profanar a própria palavra.
O silêncio das grandes potências diante do genocídio em Gaza, somado ao oportunismo de políticos que usam a causa palestina como instrumento de conveniência, demonstra que o Prêmio Nobel da Paz não recompensa mais a coragem moral, mas a obediência geopolítica. Tornou-se um troféu do sistema que perpetua a injustiça, não um reconhecimento daqueles que a combatem.
Enquanto crianças palestinas morrem sob as ruínas e hospitais se transformam em cemitérios, o mundo assiste à homenagem àqueles que apoiam o horror. O verdadeiro Prêmio Nobel da Paz hoje pertence às pessoas que resistem, aos médicos que salvam vidas sem distinção, às mães que não desistem, àquelas que, apesar da dor, continuam a defender a dignidade humana.
A UPAL reafirma que não pode haver paz sem justiça, nem reconciliação sem verdade. O prestígio perdido do Prêmio Nobel só pode ser recuperado quando ele recompensa novamente aqueles que lutam pela vida e não aqueles que a justificam em nome da política ou do poder.
União Palestina da América Latina – UPAL
12 de outubro de 2025