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O que revela o discurso de Trump no Knesset sobre o colapso moral dos EUA e do Ocidente
Por Administrador
Publicado em 14/10/2025 20:05
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Por Faisal R. Khan

Hoje, o Presidente Donald Trump apresentou-se perante o parlamento israelita, o Knesset, proferindo um dos discursos mais grotescos e desumanizantes da história moderna. O discurso foi repugnante, repugnante e do mais profundo da imundície.

Uma performance tão distante da realidade e da empatia humana que será recordada como uma mancha marcante na consciência do nosso tempo. Foi recebido com um aplauso estrondoso pelas bancadas do Likud e pelos seus aliados ocidentais, exceto pelo seu único homem, Ayman Odeh, da aliança Hadash, que ousou protestar e foi afastado à força. A sua expulsão foi simbólica: uma voz solitária da verdade silenciada num salão que celebrava a crueldade.

O discurso de Trump não foi simplesmente retórica política; foi uma manifestação de podridão moral. Falando à sombra de um genocídio que matou dezenas de milhares de palestinianos, incluindo mais de vinte mil crianças, Trump glorificou as ações de Israel e apagou o sofrimento palestiniano. Não houve qualquer menção aos hospitais bombardeados de Gaza, às suas valas comuns, às suas famílias famintas ou aos restos pulverizados dos seus bairros. Em vez disso, fez elogios vazios à "segurança" e à "paz", enquanto o público aplaudia como se a própria cegueira moral se tivesse tornado uma virtude.

Dois homens moralmente falidos, Trump e Netanyahu, estavam ali a rir, a brincar e a trocar aplausos enquanto milhares de civis inocentes jaziam mortos e outros milhares permanecem soterrados sob os escombros. Não era uma demonstração de liderança, mas uma grotesca demonstração de crueldade, uma paródia da própria humanidade. O seu comportamento revelou tudo sobre a decadência moral que define os Estados Unidos e Israel hoje: poder sem consciência, violência sem remorsos e alegria com o sofrimento alheio. O breve vídeo desse momento capta na perfeição a face do império despojado de toda a pretensão.

Israel, um Estado colonial de colonos brancos construído sobre a deslocação e a expropriação do povo palestiniano, continua a sua campanha de aniquilação. Mais de noventa por cento das infra-estruturas de Gaza foram destruídas e mais de oitenta toneladas de bombas foram lançadas sobre uma população sitiada e faminta. Não se trata de atos de legítima defesa, mas sim de extermínio. A celebração deste horror por Trump não expôs apenas a sua própria depravação; revelou o cerne da política externa americana, que há muito valoriza o poder em detrimento dos princípios, a dominação em detrimento da justiça, o silêncio em detrimento da verdade. Guerra e genocídio em detrimento da paz e da segurança.

Aos líderes árabes e muçulmanos que desfilam em "conversas de paz" vazias enquanto apertam as mãos aos responsáveis ​​por este genocídio, que vergonha! Vocês não são representantes do mundo muçulmano, são cúmplices da sua traição. A sua cumplicidade mancha a própria ideia de fé, justiça e solidariedade.

Que não haja ilusões: o discurso de Trump não foi um momento isolado de ignorância. Era a face nua de um império que perdera a alma. Seja Trump ou Biden, azul ou vermelho, a linguagem continua a ser a mesma, um hino à supremacia branca, à indiferença e ao lucro construído sobre o sofrimento humano.

E, no entanto, no meio dos escombros e do desespero, permanecem as vozes da verdade. Saleh Al-Jafarawi, um dos jovens jornalistas mais acarinhados de Gaza, foi assassinado há poucos dias, quando cobria a destruição da sua terra natal. Foi raptado por gangsters israelitas, espancado e executado com sete balas, ainda com o colete de imprensa vestido. O seu assassinato junta-se a uma longa lista de jornalistas palestinianos silenciados por exporem a verdade que os líderes ocidentais se recusam a confrontar. A coragem de Saleh é um espelho da cobardia daqueles que aplaudem o genocídio dos pódios.

As palavras de Trump serão esquecidas. As de Saleh, não. Pois, no final, a história não se lembrará daqueles que aplaudiram a destruição, mas sim daqueles que lutaram pela vida diante dela.

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