O líder da Revolução Islâmica do Irão, aiatolá Seyed Ali kamenei, respondeu duramente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira, depois que este afirmou ter «destruído a indústria nuclear iraniana».
«Muito bem, continuem a sonhar. Mas quem são vocês para ditar se um país pode ou não ter uma indústria nuclear?», replicou kamenei durante um encontro em Teerão com centenas de atletas, medalhistas e vencedores de olimpíadas científicas.
O líder classificou a declaração do presidente norte-americano como uma demonstração de arrogância e falsidade, e sublinhou que nenhuma potência estrangeira tem o direito de decidir sobre o desenvolvimento científico e tecnológico do Irão.
«O que eles procuram com as suas mentiras é levantar o ânimo dos sionistas e aparentar força perante o seu próprio povo», disse kamenei.
«Se fossem realmente poderosos, acalmariam os milhões de americanos que protestam contra o seu governo.»
kamenei aproveitou o seu discurso para reivindicar a capacidade militar iraniana demonstrada na guerra de 12 dias, desencadeada em junho por Israel com o apoio direto dos Estados Unidos. O líder afirmou que o «incrível golpe» desferido ao regime sionista «os deixou desesperados», ao constatar que os mísseis iranianos penetraram no coração dos seus centros sensíveis e vitais, destruindo-os.
«O Irão não comprou nem alugou os seus mísseis em nenhum lugar; eles são de fabricação nacional», sublinhou, destacando o papel da juventude científica e militar no desenvolvimento do arsenal nacional.
«Se necessário, eles voltarão a usá-los», advertiu.
A mensagem foi reforçada pelo Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (CGRI). O general Mohammad Reza Naqdi, subchefe de coordenação, garantiu que as «cidades subterrâneas de mísseis» permaneceram intactas durante a guerra, sem danos «nem do tamanho da asa de um mosquito».
Segundo Naqdi, as defesas aéreas abateram mais de 140 drones inimigos e os mísseis iranianos atingiram todos os seus alvos, apesar dos sistemas antiaéreos de Israel e dos seus aliados.
Noutra passagem, Kamenei acusou os Estados Unidos de serem os principais cúmplices dos crimes do regime israelita na Faixa de Gaza. «As armas lançadas sobre o povo indefeso de Gaza vieram dos Estados Unidos», afirmou, lembrando que mais de 70 000 palestinianos e mil iranianos perderam a vida durante o conflito.
O líder classificou como «mentira» a suposta luta dos Estados Unidos contra o terrorismo: «As mais de 20 000 crianças martirizadas em Gaza eram terroristas? O verdadeiro terrorista é os Estados Unidos, que criou e financiou o Daesh (ISIS)», denunciou.
Kamenei também rejeitou qualquer possibilidade de retomar as negociações nucleares com Washington, assinalando que «os acordos acompanhados de coerção são imposição e não negociação».
«O povo iraniano não aceitará a imposição», sentenciou, assegurando que a Ásia Ocidental pertence aos seus próprios povos e que a presença militar dos Estados Unidos apenas gera guerra e morte.
“Os Estados Unidos são um país belicista que incita o terrorismo. O que fazem todas as suas bases militares na região? Esta terra não lhes pertence”, questionou.
No seu encontro com jovens atletas e cientistas, Kamenei enfatizou que as conquistas da nova geração «têm um valor duplo» num momento em que os inimigos «procuram infundir desesperança» na nação iraniana.
«O Irão e a sua juventude são símbolos de esperança. Com esforço e determinação, alcançarão os picos mais altos», afirmou.
Imagem gerada por IA
Fonte: https://www.telesurtv.net/jamenei-amenazas-eeuu-programa-nuclear/