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Investigação da Al Jazeera revela informações confidenciais sobre os responsáveis pelo genocídio em Gaza
Uma investigação jornalística da AJ revela nomes e departamentos envolvidos em episódios-chave, incluindo o assassinato da menina Hind Rajab. Organizações internacionais confirmam acusações fundamentadas de crimes de guerra.
Publicado em 22/10/2025 10:30
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O canal de televisão Al Jazeera divulgou um relatório sem precedentes contendo os nomes de cerca de 30.000 pilotos e membros da força aérea israelita supostamente envolvidos em operações em Gaza durante o conflito. O documentário «O oculto é maior», transmitido na segunda-feira, inclui também fotos e nomes de oficiais e soldados acusados de crimes específicos, incluindo o assassinato da menina palestiniana Hind Rajab e a destruição sistemática de infraestruturas civis.


De acordo com os documentos vazados, o 52º batalhão da brigada blindada 401 — sob o comando do tenente-coronel Daniel Ella — seria diretamente responsável pela morte de Hind Rajab, de seis anos, e de sua família. O episódio, ocorrido em 29 de janeiro de 2024, causou horror internacional: a menina, presa num carro com os corpos sem vida de seis familiares, ligou para a Meia Lua Vermelha Palestina implorando por socorro.



Os detalhes do ataque e as verificações internacionais

 

Apesar das tentativas de mediação para evacuar a menina, um tanque israelita teria aberto fogo contra o veículo e, posteriormente, contra a ambulância que chegou ao local, matando Hind e os dois paramédicos. Embora o exército israelita tenha negado qualquer envolvimento, uma comissão de inquérito das Nações Unidas confirmou posteriormente «com fundamentos razoáveis» a responsabilidade das forças israelitas, qualificando o ato como crime de guerra.


O major Sean Glass, comandante da companhia denominada «O Império dos Vampiros» dentro do 52.º Batalhão, é apontado como aquele que ordenou pessoalmente, a partir do seu tanque, que se abrisse fogo contra o veículo da família Rajab e as ambulâncias.

O relatório da Al Jazeera documenta ainda uma série de operações destrutivas atribuídas ao exército israelita, entre as quais:

 

- A destruição total da aldeia de Juzaa, a leste de Jan Yunis

- A demolição de torres residenciais junto ao hospital Al-Quds, no bairro de Tel al-Hawa


- A demolição da mesquita Al-Islah e das habitações circundantes no bairro de Al-Zaitun

O caso de Hind Rajab foi incluído entre as provas apresentadas ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que em outubro de 2024 emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra.

 

Paralelamente, no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), a África do Sul apresentou uma acusação de genocídio contra Israel, obtendo medidas provisórias que obrigam Telavive a garantir o fornecimento de ajuda humanitária à população de Gaza.

O balanço do conflito — de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza — chega a 68.216 mortos e 170.361 feridos, com mais 9.000 corpos estimados sob os escombros. As revelações da Al Jazeera levantam novas questões sobre a responsabilidade individual dos militares em operações que organizações como a Human Rights Watch têm repetidamente definido como «crimes de guerra».

 

 

 

Fonte e crédito da foto: https://www.lantidiplomatico.it/dettnews-inchiesta_al_jazeera_rivela_informazioni_riservate_sui_responsabili_del_genocidio_a_gaza/45289_63178/

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