Itamar Ben Gvir, Ministro do “Poder Nacional” do regime sionista, revelou mais uma vez, sem disfarce, a essência do projeto que representa: a glorificação do assassinato de palestinos. Desta vez, ele apoiou publicamente os soldados que assassinaram a sangue frio dois jovens palestinos em Jenin, um crime cometido diante dos olhos do mundo, sem a menor tentativa de encobri-lo, porque o sionismo sabe que goza de total impunidade.
Enquanto as famílias de Jenin vivenciam mais um capítulo de luto, a chamada “comunidade internacional” permanece em silêncio. Esse silêncio não é omissão: é cumplicidade estrutural.
Os mesmos governos que se proclamam defensores dos direitos humanos permanecem em silêncio mais uma vez diante da execução de palestinos, repetindo o padrão de abandono que possibilitou décadas de ocupação, limpeza étnica e apartheid.
Mas não é apenas a comunidade internacional que falhou com o povo palestino. A Autoridade Nacional Palestina (ANP) também falhou. Onde está a ANP quando seu povo é assassinado?
A ANP, supostamente criada para proteger e representar seu povo, foi mais uma vez exposta por sua completa incapacidade — ou falta de vontade — de defender os palestinos contra a violência do ocupante. Não há reação política, nenhuma proteção, nenhuma estrutura de apoio, nenhum mecanismo de defesa.
A cada assassinato, a ANP se limita a declarações vazias, incapaz de agir, incapaz de responder, incapaz de assumir o papel básico de uma autoridade que alega representar uma nação sob ocupação.
A pergunta agora circula por toda a Palestina e diáspora, e não pode mais ser ignorada: a ANP está lá para proteger seu povo... ou para proteger o ocupante?
A coordenação de segurança, imposta e mantida sob pressão externa, transformou a Autoridade Palestina (AP) em um aparato que monitora, controla e reprime sua própria população, enquanto o exército do regime sionista opera com total liberdade.
Um aparato que fala em “governança” enquanto a ocupação avança, os assentamentos crescem e os crimes ficam impunes.
Um regime que celebra assassinatos é um regime ilegítimo.
Ben Gvir celebra esses assassinatos não por ser um extremista isolado, mas porque o sionismo precisa da violência para se sustentar. Soldados que atiram sem motivo, ministros que os glorificam e uma estrutura colonial que recompensa o abuso: todos fazem parte do mesmo projeto.
Diante desse projeto, a passividade da AP não é apenas vergonhosa: é perigosa.
Ela cria um vácuo político que aprofunda a vulnerabilidade do povo palestino e facilita o funcionamento da máquina de opressão.
A UPAL afirma isso claramente, nem a distorção da mídia, nem as manobras diplomáticas, nem a retórica de segurança podem esconder a verdade fundamental: um regime que mata civis e os celebra é ilegítimo, e uma autoridade que não protege nem representa seu povo também perdeu sua legitimidade moral.
A resistência do povo palestino não nasce do ódio, mas do direito fundamental de existir, de viver livre e com dignidade em sua própria terra.
Cada assassinato celebrado por Ben Gvir, cada exemplo de silêncio internacional e cada fracasso da Autoridade Palestina apenas reafirmam uma conclusão que não pode mais ser disfarçada: o sionismo é incompatível com a justiça, e a Autoridade Palestina, como está, é incompatível com a verdadeira defesa do povo palestino.
A UPAL continuará a denunciar, documentar e levantar a sua voz.
Porque se a comunidade internacional permanecer em silêncio e se a Autoridade Palestina não agir, nós não cessaremos de fazê-lo.
União Palestina da América Latina – UPAL
30 de novembro de 2025