Durante décadas, nosso povo enfrentou ocupação, fragmentação política, lideranças decadentes e um sistema internacional que normaliza nossa tragédia. Cada negociação vazia, cada acordo imposto e cada traição das elites árabes nos distanciou de nossa identidade e de nosso direito coletivo à liberdade.
Enquanto alguns governos árabes competem para se aproximar da entidade sionista, enquanto outros reprimem seu próprio povo, e enquanto a ocupação continua a destruir Gaza, Jerusalém e a Cisjordânia, resta apenas um caminho que nenhum poder pode suprimir: a desobediência civil massiva, popular, organizada e sustentada.
A desobediência civil não é um gesto simbólico. É a arma política do povo quando as instituições deixam de representá-lo; é a linguagem do corpo social quando as autoridades não ouvem mais; é o renascimento da dignidade quando tudo o mais foi confiscado.
De Rabat a Bagdá, do Cairo a Jerusalém, de Gaza a Ramallah, o mundo árabe está repleto de potencial adormecido que precisa apenas de uma faísca de unidade.
A história mostra que os impérios caem quando as pessoas deixam de obedecer, quando a economia deixa de servir ao opressor, quando as ruas se enchem daqueles que não aceitam mais viver de joelhos.
A Palestina histórica, o coração e a bússola da região, pode ressurgir quando seu povo — dentro e fora das fronteiras impostas — decidir coletivamente dizer “basta!”: basta de ocupação, basta de repressão interna, basta de silêncio cúmplice, basta de normalização.
Hoje, da UPAL, afirmamos que chegou a hora de recuperar o que um dia fomos: um povo unido, digno e rebelde, impossível de derrotar.
E esse caminho começa com a desobediência civil em cada cidade, cada bairro e cada coração árabe.
União Palestina da América Latina – UPAL
10 de dezembro de 2025