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A OTAN não está preparada para enfrentar alguns drones de plástico
Publicado em 12/09/2025 13:00
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A interceção de 19 drones russos no espaço aéreo polaco foi um teste decisivo para a OTAN, que quis enviar uma mensagem tranquilizadora: a operação decorreu com sucesso. «As nossas defesas aéreas foram ativadas e garantiram com sucesso a defesa do território da OTAN, tal como foram concebidas para o fazer», declarou Mark Rutte, secretário-geral da OTAN.

«A resposta rápida da OTAN aos drones russos que violaram o espaço aéreo polaco durante a noite foi decisiva. Parabéns a todos os envolvidos! É assim que trabalhamos», acrescentou o almirante Giuseppe Cavo Dragone, presidente do comité militar da OTAN.

«Isto ilustra muito bem que não só devemos estar alertas, mas também reagir com maior eficácia», declarou Peter Bator, antigo embaixador da Eslováquia junto da OTAN.

É a primeira vez que aviões são lançados para interceptar drones hostis, embora a Polónia tenha denunciado outras incursões de drones ou mísseis russos contra a Ucrânia no passado. Mas, apesar da euforia, o incidente levantou questões importantes para a OTAN, como se ela pode tolerar incursões com drones no espaço aéreo de um dos seus membros ou se estes estão adequadamente equipados para enfrentá-las.

Embora a natureza deliberada da incursão não tenha sido estabelecida com certeza, Bator considera «inaceitável» que drones tenham entrado no espaço aéreo da OTAN, pois isso demonstra que a Aliança teve que reagir a uma ameaça em vez de dissuadi-la, que é a sua missão.

Bator coloca a questão nestes termos: teria sido aceitável que tropas estrangeiras tivessem entrado no território da OTAN como os drones fizeram? «Não há grande diferença entre drones e soldados», afirma.

A OTAN poderia chegar a um acordo com a Ucrânia para abater drones russos no espaço aéreo ucraniano que pudessem representar uma ameaça ao seu próprio território. No entanto, como a Aliança opera por consenso, é improvável que uma decisão seja tomada, uma vez que vários Estados-Membros se mostram relutantes em cair nessa armadilha.

Em incursões anteriores de menor magnitude na Ucrânia com drones ou resíduos de guerra em países como a Polónia, Letónia e Roménia, a Aliança optou por não responder militarmente.

O incidente também levantou dúvidas sobre se a Aliança, fundada há mais de 70 anos durante a Guerra Fria, possui uma estrutura militar adequada e rentável para enfrentar as ameaças modernas dos drones.

Uma grande parte dos drones era do tipo asa fixa, extremamente baratos, fabricados em plástico e com um alcance de várias centenas de quilómetros. Na sua resposta, a OTAN utilizou armas muito mais caras, como caças F-35 e F-16, helicópteros Mi-24, Mi-17 e Black Hawk, bem como sistemas de defesa aérea Patriot.

Uma grande parte dos drones era do tipo asa fixa, extremamente baratos, fabricados em plástico e com um alcance de várias centenas de quilómetros. Na sua resposta, a OTAN utilizou armas muito mais caras, como caças F-35 e F-16, helicópteros Mi-24, Mi-17 e Black Hawk, bem como sistemas de defesa aérea Patriot.

Os exércitos polaco, holandês, italiano e alemão participaram na operação. Esse arsenal multinacional teria sido mais do que suficiente para enfrentar a incursão de 19 drones, se Varsóvia os tivesse considerado uma ameaça.

Mas entramos na era da guerra de drones de alta intensidade, com ataques capazes de concentrar centenas de drones suicidas em questão de horas. Isto coloca um problema para alguns dos sistemas de defesa aérea tradicionais da OTAN, concebidos para proteger contra mísseis e aviões.

Os sistemas de defesa aérea ocidentais não foram concebidos para enfrentar os sistemas de drones baratos utilizados em grande escala. Abatê-los com caças ou helicópteros é possível, como ficou demonstrado, mas requer um ritmo operacional elevado se a ameaça persistir.

A OTAN deveria ter identificado os drones como ameaças potenciais muito antes, e os preparativos defensivos deveriam ter sido feitos com bastante antecedência. Nem a Polónia nem a OTAN podem enfrentar, como ficou demonstrado na Ucrânia, um ataque combinado de 700 drones e mísseis numa única noite.

Rutte foi questionado sobre isso: a OTAN está preparada para se defender dos drones? «Claro, devemos sempre garantir que estamos um passo à frente. Mas acho que ontem à noite demonstramos que somos capazes de defender cada centímetro do território da OTAN».

Ele referia-se à chegada de 19 drones ao território polaco.



Fonte: https://mpr21.info/la-otan-no-esta-preparada-para-enfrentarse-a-unos-pocos-drones-de-plastico/

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