A Organização das Nações Unidas, concebida como um espaço de encontro e justiça entre os povos, é hoje refém dos interesses das potências. Sua sede em Nova York e a existência do direito de veto no Conselho de Segurança são duas correntes que a prendem à submissão e à irrelevância.
Os Estados Unidos, país anfitrião, manipulam e condicionam a ONU há décadas: concedendo ou negando vistos a delegados conforme sua conveniência, exercendo pressão com contribuições financeiras e bloqueando qualquer decisão que afete seu parceiro estratégico, Israel, mesmo que envolva claros crimes contra a humanidade. Como a ONU pode reivindicar neutralidade se permanece sob a sombra da superpotência que mais guerras desencadeou no último século?
Mas o problema não é apenas geográfico. O direito de veto é o mecanismo mais antidemocrático da estrutura internacional contemporânea. Um único país — sejam Estados Unidos, Rússia, China, França ou Reino Unido — pode anular a vontade de mais de 190 nações. Esse privilégio colonial transforma o Conselho de Segurança em um teatro de poder, não em um espaço de justiça. É justamente esse veto que impede há décadas o genocídio contra o povo palestino, as invasões ilegais e as flagrantes violações do direito internacional.
A humanidade exige mudanças estruturais:
Transferir a sede da ONU para território neutro, fora da influência política e militar de qualquer potência.
Eliminar o direito de veto, substituindo-o por mecanismos democráticos de votação que respeitem a igualdade soberana dos Estados-membros.
A ONU precisa renascer ou perecer. Se permanecer sob o controle de um punhado de países poderosos, continuará sendo cúmplice do sofrimento do povo. Mas, se quebrar essas correntes, poderá retomar sua missão original: ser um espaço de paz, justiça e dignidade da humanidade.
União Palestina da América Latina – UPAL
29 de setembro de 2025