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Exércitos das Sombras: As Guerras Secretas dos Emirados Árabes Unidos no Sudão, Iémen e Gaza
Publicado em 28/10/2025 17:00
Novidades

 

(...) Fugindo de seu histórico infame e do crescente escrutínio jurídico internacional, a Blackwater, a empresa militar privada mais infame do mundo, encontrou refúgio no Golfo Pérsico. Lá, os Emirados Árabes Unidos abriram seus cofres, acolhendo a empresa mercenária de braços abertos. Um novo império foi forjado sobre uma base brutal: salvaguardar monarquias e executar agendas estrangeiras em troca de dinheiro, imunidade e impunidade.

 

Em 2009, a Blackwater mudou seu nome para Xe Services LLC após uma série de crimes de guerra no Iraque, com destaque para o massacre da Praça Nisour, em Bagdá, dois anos antes. Essa mudança superficial mascarou a continuidade de um propósito: burlar o direito internacional e orquestrar operações ilícitas nas sombras.

 

O fundador Erik Prince renunciou oficialmente, mas mudou-se para os Emirados Árabes Unidos em 2010, onde lançou a Reflex Responses (também conhecida como R2) e manteve uma participação de 51%, inaugurando uma nova era de recrutamento de mercenários em escala industrial.

 

Cidade dos Mercenários

 

Em 2011, os contornos de um exército mercenário secreto dos Emirados já estavam tomando forma, encarregado de exercer influência na Ásia Ocidental e na África. (...) Abu Dhabi havia se tornado um refúgio para fugitivos e financiamento ilícito.

 

(...)

Prince supervisionou pessoalmente o treinamento de 2.000 combatentes somalis em 2011, como parte de uma campanha apoiada pelos EUA e financiada pelos Emirados. (...) O Iêmen se tornou um campo de testes para esses mercenários.

 

As forças alinhadas aos Emirados usaram soldados contratados do Chade, Chile, Colômbia, Líbia, Panamá, Níger, Somália, El Salvador, Sudão e Uganda. O Spear Operations Group, conhecido por seu programa de assassinatos no Iêmen, coordenou muitas dessas missões. Enquanto isso, a Lancaster 6 DMCC e a Opus Capital Asset Ltd FZE, ambas registradas em zonas francas dos Emirados, operavam sob o chamado "Projeto Opus" para apoiar a campanha líbia de Khalifa Haftar.

 

(...) Essa rede militar-corporativa desempenhou um papel importante na proteção de vários portos controlados pelos Emirados, nos esforços para estabelecer uma base na Eritreia, na África Oriental, e nos planos para estabelecer uma base na Somalilândia separatista.

 

A Blackwater, que havia se renomeado como Academi, recrutou cerca de 43.000 combatentes em toda a região, tornando-se um braço importante das aventuras militares de Abu Dhabi, do Golfo Pérsico ao Chifre da África.

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Sudão: Guerra por Procuração entre Mercenários

 

Em meados de 2023, a guerra em Darfur se intensificou. Abu Dhabi armou e financiou as Forças de Apoio Rápido (RSF) da Líbia, acusadas de atrocidades sistemáticas. Um relatório da ONU de janeiro de 2024 confirmou que as redes dos Emirados estavam profundamente enraizadas nas linhas de suprimento das RSF.

 

Gaza: Mercenários sob a bandeira da ocupação

 

Em outubro de 2024, surgiram relatos de que os Emirados Árabes Unidos estavam financiando o recrutamento de mercenários africanos para lutar ao lado do exército israelense em Gaza e no Líbano. Abu Dhabi aproveitou sua aliança com Adis Abeba para atrair combatentes da Etiópia, contratando empresas como a Raven e a Global CST, que têm laços históricos com Tel Aviv.

 

Testemunhas oculares viram tanques hasteando bandeiras israelenses e dos Emirados, e depoimentos de detidos em Gaza descrevem interrogatórios feitos por soldados que falavam árabe com sotaque dos Emirados.

 

Novas evidências surgiram quando um subcomandante do grupo Abu Shabab, uma milícia em Gaza apoiada por Israel e ligada ao ISIS, publicou fotos suas ao lado de veículos com placas dos Emirados. A inteligência da resistência palestina confirmou que uma agência de inteligência árabe estava treinando e equipando mercenários pró-Israel.

 

 

Fonte: https://thecradle.co/articles-id/32625

 

Via: @Capitalismo es Barbarie

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