O mundo inteiro acompanha de perto a jornada da flotilha da liberdade rumo às costas de Gaza. Uma flotilha carregada não de armas, mas de esperança, solidariedade e alimentos para um povo sitiado há mais de 17 anos pelo regime genocida israelense.
Hoje, essa flotilha pacífica e humanitária se encontra cercada por navios de guerra de um Estado que se autodenomina democrático, mas que, na realidade, exerce uma ocupação brutal, violando sistematicamente o direito internacional e perpetrando crimes contra a humanidade contra o povo palestino.
Nesse contexto, é justo reconhecer que navios da Itália e da Espanha acompanham a flotilha em águas mediterrâneas há dias, fornecendo abrigo e apoio para qualquer necessidade. Nas últimas horas, no entanto, eles parecem ter interrompido seu avanço em direção ao ponto final. Isso não é sinal de abandono ou indiferença: é evidente que enfrentam enormes pressões e ameaças, que condicionam seus movimentos.
Portanto, a questão não é contra esses países, mas contra o silêncio da Europa em relação a Israel: o continente permitirá que um Estado genocida decida sobre a vida de seus cidadãos e sobre o direito internacional? Seus governos permanecerão em silêncio enquanto seu povo marcha nas ruas em apoio à Palestina?
Evadir-se dessa responsabilidade equivale a deixar os cidadãos europeus indefesos diante de um Estado que já demonstrou — como no ataque ao Mavi Marmara em 2010 — que não tem respeito pela vida humana nem pelo direito internacional.
A flotilha é um símbolo de resistência e dignidade. Na UPAL, afirmamos veementemente: Que nenhum navio de guerra impeça a chegada de ajuda humanitária a Gaza! Que a Espanha, a Itália e toda a Europa se elevem ao nível de seus povos e protejam seus cidadãos da barbárie sionista!
A flotilha é hoje o espelho que reflete a consciência do mundo. Quem cruzar seu caminho não deterá a verdade, nem a dignidade de um povo que luta para viver em liberdade.
UPAL – União Palestina da América Latina
2 de outubro de 2025