A equipa jurídica que representa as 145 pessoas da frota formada pelos veleiros Conscience e Thousand Madleens denunciou que não lhes foi permitido levar os seus telemóveis para o porto de Ashdod, para onde foram levadas as pessoas detidas após o assalto na noite de terça para quarta-feira, e que lhes foi impedido falar com o grupo de detidos.
Os detidos, provenientes de 30 países diferentes, foram transferidos para a prisão de Ketziot, localizada no deserto de Negev. De acordo com o gabinete de imprensa da Flotilha, é provável que os detidos eleitos sejam deportados esta noite ou amanhã de manhã, e que as audiências dos restantes se realizem nos próximos dois dias.
No caso das oito pessoas com passaporte espanhol detidas, os advogados que as representam exigiram a ativação imediata da proteção diplomática do Estado espanhol e a sua libertação sem acusações.
Urko Aiartza Azurtza, representante legal de Thousands Madleens, declarou à imprensa que os seus «defendidos exerciam uma ação estritamente civil e humanitária. Exigimos que a Espanha ative já a sua proteção diplomática e que Israel proceda à libertação imediata. A abordagem em alto mar e a detenção são contrárias às normas imperativas do direito internacional».
Este comboio partiu do porto italiano de Catânia nas datas em que a Flotilha Global Sumud foi interceptada e sequestrada por Israel. A frota era composta por pessoal sanitário, médicos, jornalistas e cargos eleitos belgas, dinamarqueses, da União Europeia, irlandeses, franceses, espanhóis e norte-americanos.
De acordo com as estimativas das próprias frotas, no assalto Israel apreendeu 110 000 dólares americanos em ajuda médica e nutricional. Algumas das pessoas sequestradas em alto mar relataram agressões e violência durante a detenção por parte da marinha israelita.
Seis ativistas da Flotilha Global Sumud continuam detidos mais de uma semana após o ataque que sofreram. Uma delas é a espanhola Reyes Rigo, que permanecerá na prisão pelo menos até sexta-feira. Num vídeo divulgado ontem, Rigo explicou que está a ser ameaçada. A ativista negou a acusação de ter mordido uma das enfermeiras que a atendeu na prisão.
Foto: Cedida a ElSaltoDiario pela organização da Flotilha
Fonte: https://www.elsaltodiario.com/israel/abogados-flotilla-denuncian-no-se-les-ha-permitido-hablar-clientes