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O sionismo não luta apenas contra o Hamas, luta contra todo o povo palestino
Editorial da União Palestina da América Latina - UPAL
Publicado em 13/10/2025 17:59 • Atualizado 13/10/2025 18:01
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Por mais de sete décadas, o aparato de propaganda israelense tentou reduzir a causa palestina à luta contra uma única organização: o Hamas. Com esse argumento, busca justificar o genocídio de um povo inteiro e apresentar sua guerra como uma "campanha antiterrorista". No entanto, a verdade é bem diferente: o sionismo não luta contra o Hamas, luta contra a Palestina, seu povo, sua história, sua identidade e seu direito de existir.

 

Desde 1948, o projeto sionista se baseia na desapropriação, na limpeza étnica e na negação do outro. Não importa se o palestino é cristão ou muçulmano, se vive em Gaza, Jerusalém ou na diáspora; para o sionismo, todo palestino é um obstáculo ao seu projeto colonial. Esta é a raiz da violência que vemos hoje: não um conflito religioso ou político, mas uma ocupação militar prolongada que busca apagar um povo inteiro de sua terra.

 

Reduzir nossa causa a um confronto com o Hamas é uma estratégia calculada para dividir e confundir a opinião pública internacional. É uma tentativa de despojar a resistência palestina de sua legitimidade histórica e moral, retratando as vítimas como agressoras. Mas o mundo está começando a acordar: a criança assassinada em Rafah, a mulher deslocada em Khan Younis, o jovem preso em Nablus ou o refugiado que sonha em retornar a Haifa não são "terroristas"; são os rostos de uma nação que se recusa a morrer.

 

Nossa luta não começou em 1987 ou 2007. Começou há 77 anos, quando os primeiros colonos armados expulsaram famílias inteiras e declararam o nascimento de um "Estado" sobre as ruínas da Palestina. Desde então, resistimos com palavras, com memória, com educação e, quando não há outra opção, com defesa armada. Cada geração ergueu sua bandeira, cada mártir semeou uma semente de liberdade.

 

O sionismo teme algo mais poderoso que armas: a unidade e a consciência do povo palestino. Teme que o mundo entenda que a causa palestina não é uma questão de religião ou política interna, mas uma causa de justiça universal, de liberdade e dignidade humanas.

 

É por isso que tentam isolar o Hamas, criminalizar todas as formas de resistência e silenciar a voz do povo que clama por justiça.

 

Mas a Palestina não se rende. Gaza, com toda a sua dor, continua sendo o coração pulsante de toda a nação. A Cisjordânia resiste firmemente. Jerusalém permanece de pé. E em cada exílio, há um país que não esquece.

 

A verdade não pode ser bombardeada.

A ocupação cairá e a bandeira palestina voltará a tremular livremente sobre sua terra ancestral.

 

 

União Palestina da América Latina (UPAL)

 

13 de outubro de 2025

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