A realidade vivida pelo nosso povo palestino na Cisjordânia é a mais amarga desde a Nakba. O que se conhece como “Autoridade Nacional Palestina” não representa mais as aspirações de liberdade e autodeterminação pelas quais tantos mártires deram suas vidas. Hoje, essa entidade nada mais é do que uma sombra vazia, uma estrutura burocrática sustentada pela ocupação sionista e por interesses alheios ao povo.
Enquanto a chamada Autoridade se reúne em salões e escritórios, colonos sionistas aparecem todos os dias em aldeias palestinas, roubando gado, incendiando campos e saqueando plantações de oliveiras, símbolo sagrado da terra e da resistência. Esses ataques diários ocorrem diante do olhar passivo — e muitas vezes cúmplice — de uma Autoridade sem poder e sem honra.
Sob o pretexto de "coordenação de segurança", um pacto vergonhoso de submissão foi selado: uma aliança com o opressor que persegue, aprisiona e assassina os filhos e filhas da Palestina. Essa coordenação, chamada de "sagrada" por seus líderes, não protege o povo, mas o ocupante. Não defende a dignidade palestina, mas sim o contínuo controle colonial israelense sobre nossas cidades, nossos campos e nossos sonhos.
A Autoridade Palestina tornou-se uma administração sem soberania, uma força policial sem independência, um governo sem território. Enquanto Gaza resiste heroicamente sob o fogo do genocídio, em Ramallah, reuniões vazias, condenações mornas e acordos secretos se multiplicam. Nenhum povo oprimido é libertado por servir ao seu carrasco.
A UPAL denuncia a cumplicidade dessa falsa autoridade que traiu a causa palestina e convoca todos os palestinos — na pátria e na diáspora — a trabalhar pela reconstrução de uma liderança nacional legítima, unida sob a bandeira da resistência e da justiça.
A Palestina não precisa de uma autoridade sem autoridade.
A Palestina precisa de liberdade, dignidade e unidade nacional.
União Palestina da América Latina (UPAL)
25 de outubro de 2025