O caso teve início no final de 2024, quando uma série de buscas e apreensões teve como alvo Didier Reynders, principalmente em sua residência em Uccle e em Vissoule, na província de Liège. A investigação, aberta pela Procuradoria de Bruxelas em 2023, diz respeito a suspeitas de lavagem de dinheiro por meio da compra de bilhetes de loteria.

Segundo as primeiras apurações, o ex-ministro teria comprado bilhetes eletrônicos da Loteria Nacional – vouchers com valores entre €1 e €100 – de diversos estabelecimentos comerciais, chegando a gastar milhares de euros por dia. Estima-se que essas compras, feitas em parte em dinheiro vivo, totalizaram cerca de €200.000 ao longo de cinco anos. Os prêmios eram então depositados na conta digital de Didier Reynders na Loteria Nacional, antes de serem transferidos para sua conta bancária.

Relatórios e pesquisas

Foi a própria Loteria Nacional que, segundo relatos, alertou as autoridades em 2022 após detectar transações suspeitas. Simultaneamente, o Banco Nacional abriu uma investigação sobre a gestão da conta do ex-ministro pelo ING Bélgica, na qual teriam sido depositados cerca de € 700.000 em dinheiro entre 2008 e 2018. No entanto, o banco só reportou essas transações à Unidade de Processamento de Inteligência Financeira (CTIF) em 2023.

Em agosto passado, o Ministério Público de Bruxelas abriu uma investigação judicial sobre tráfico de influência. O estabelecimento de um antiquário de Bruxelas também foi alvo de buscas neste verão; ele é suspeito de ter vendido regularmente obras de arte a um associado de Didier Reynders.

O ex-ministro foi acusado
Em 16 de outubro, Didier Reynders foi interrogado pelo juiz de instrução antes de ser formalmente acusado de lavagem de dinheiro e outros crimes, cuja natureza específica ainda não foi determinada. Sua esposa, Bernadette Prignon, também foi interrogada naquele dia, mas ainda não foi acusada.

Fonte: https://www.rtl.be/actu/belgique/justice/didier-reynders-est-inculpe-pour-blanchiment-dargent/2025-11-04/article/769308