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A máquina de guerra russa é «poderosa e competente»
Publicado em 19/11/2025 09:00
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Desde os tempos da URSS, o objetivo de Moscovo tem sido a sobrevivência porque, durante um século, os planos do imperialismo começavam e terminavam com a sua destruição. A data de início foi o Goelro, o plano de Lenine para eletrificar o país. Desde então, foi criada uma economia de guerra, baseada na indústria pesada e na energia, que os planos quinquenais ampliaram e desenvolveram.

Essa maquinaria demonstrou a sua eficácia na Segunda Guerra Mundial e, desde então, não parou, com exceção do desmantelamento dos anos 90, quando Yeltsin serviu o país numa bandeja aos abutres ocidentais.

O tempo deu toda a razão ao esforço militar que chega até hoje. Um relatório do Instituto Francês de Relações Internacionais (Ifri) indica que o aparato de defesa russo continua a operar a um nível muito elevado (*).

 

A Rússia é uma economia de guerra financiada pela venda de hidrocarbonetos. Destina uma parte significativa da sua economia às despesas militares. Prevê-se que a proporção do PIB atribuída a esta missão duplique entre 2021 e 2025, passando de 3,5% para 6,6%. Isso representa mais de um terço do orçamento público e sustenta o aumento da produção em vários segmentos da indústria militar.

A produção de munições disparou. A produção de projéteis de 152 milímetros, de acordo com o Ifri, passou de 250 000 para 1,3 milhões em dois anos, e a de mísseis balísticos do tipo Iskander quase triplicou entre 2023 e 2024. Estes volumes demonstram a prioridade dada à manutenção da força operacional.

 

Os planos industriais são viáveis graças às medidas económicas adotadas desde o início da Guerra da Ucrânia. O défice orçamental mantém-se muito baixo, em torno de 3% do PIB, um nível que a Rússia ainda pode absorver graças às suas receitas de hidrocarbonetos e aos impostos relacionados com a inflação.

Como no Ocidente nunca compreenderam as políticas industriais da URSS, nem as da Rússia, recorrem sempre ao apoio externo. A doutrina é que a Rússia pode contornar as sanções ocidentais graças a países terceiros: Irão, Coreia do Norte, China e Bielorrússia.

O que os «especialistas» nunca explicam é que esses países estão ainda mais sancionados do que a própria Rússia. É o círculo vicioso. O mais normal é que os países que o imperialismo tenta subjugar e isolar se ajudem mutuamente.

Além disso, são países criados para resistir o tempo que for necessário, porque ao longo da sua história não conheceram outra coisa senão os cercos do Ocidente.

(*) https://www.ifri.org/en/studies/europe-russia-balance-power-review

 

Via: https://mpr21.info/la-maquinaria-rusa-de-guerra-es-poderosa-y-competente/

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