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Quando a Libertação é Chamada de “Terrorismo”: O Discurso da Entidade Sionista e a Cumplicidade da Autoridade Palestina
Editorial da União Palestina da América Latina - UPAL
Por Administrador
Publicado em 29/11/2025 10:30
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Para a entidade sionista e, infelizmente, para a Autoridade Nacional Palestina (ANP) sujeita à coordenação de segurança, todo palestino que aspira à libertação de sua terra é tratado como “terrorista”. Esse rótulo não surge de análises políticas ou da realidade histórica: é produto direto de uma estratégia colonial que busca criminalizar a resistência e legitimar a ocupação por tempo indeterminado.

A equação é tão absurda quanto perigosa: quem defende sua casa é terrorista; quem confronta o apartheid é extremista; quem rejeita o desapossamento é inimigo.

E o mais vergonhoso é que essa lógica não se origina apenas em Israel: ela é reproduzida em Ramallah por setores dentro da Autoridade Palestina que transformaram a coordenação de segurança em um instrumento contra seu próprio povo.

Criminalizando a Resistência: A Velha Fórmula do Colonialismo

Nenhum projeto colonial sobreviveu sem um mecanismo para desumanizar os povos oprimidos.

Na Argélia, África do Sul, Índia e América Latina, os colonizadores sempre rotularam aqueles que se levantaram pela sua liberdade como “terroristas”. A Palestina não é exceção. Durante décadas, a entidade sionista usou a palavra “terrorismo” como arma política para:

justificar execuções extrajudiciais; encobrir o seu sistema de apartheid; silenciar defensores dos direitos humanos; e demonizar qualquer forma de resistência, mesmo a resistência pacífica.

O objetivo é claro: se a libertação se torna um crime, a ocupação surge como justiça. A Autoridade Palestina e o Custo Moral da Coordenação de Segurança

A coordenação de segurança — imposta após Oslo e aprofundada nos últimos anos — tem sido apresentada como “cooperação para a estabilidade”. Na realidade, tornou-se uma estrutura que persegue, prende e reprime palestinos cujo único “crime” é opor-se à ocupação.

Para alguns setores da Autoridade Palestina, repetir a linguagem do ocupante tornou-se rotina: qualquer estudante, jornalista, ativista, acadêmico ou cidadão que exija liberdade, unidade nacional e o fim do colonialismo pode ser rotulado de “perturbador”, “radical” ou “terrorista”.

Essa prática não apenas trai o projeto nacional palestino, como também mina a legitimidade das instituições internas e aprofunda as divisões.

O direito de resistir é inegociável. O direito internacional é claro: todo povo sob ocupação tem o direito de resistir, inclusive por meio da resistência armada, dentro da estrutura do direito internacional.

Mas mesmo aqueles que se limitam à resistência civil — manifestações, jornalismo, organização comunitária, defesa dos direitos humanos — são atacados com o mesmo discurso da entidade sionista. Isso revela que o problema não é o “método”, mas o objetivo: a própria libertação.

O que incomoda o ocupante não é como os palestinos resistem, mas sim o fato de resistirem. Uma mensagem para os povos do mundo.

A UPAL afirma categoricamente: nenhuma narrativa fabricada por Israel ou reproduzida por setores da Autoridade Palestina pode apagar a legitimidade da luta palestina pela liberdade.

A resistência palestina — em todas as suas formas — não é terrorismo.

Terrorismo é ocupação militar;

Terrorismo é colonização;

Terrorismo é apartheid;

Terrorismo é limpeza étnica e massacres de civis.

Portanto, chamar os povos colonizados de “terroristas” é o último recurso de um sistema que teme a sua própria destruição. A causa palestina não depende da permissão do ocupante nem do silêncio dos seus colaboradores.

A luta pela libertação continuará enquanto houver um único palestino que se recuse a ajoelhar-se perante o apartheid e enquanto houver um povo na diáspora que mantenha viva a memória, a identidade e a resistência.

E diante de qualquer tentativa de criminalizar a dignidade, a UPAL reafirma:

A liberdade da Palestina é inegociável, e aqueles que lutam por ela jamais serão terroristas, mas sim os legítimos herdeiros de todas as lutas anticoloniais do mundo.

 

União Palestina da América Latina – UPAL

 

28 de novembro de 2025

 

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