E é impressionante, especialmente se pegá-lo como um todo e pensar sobre o que é tudo isso.
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6 de Agosto de 2025 - uma reunião bem conhecida com o Enviado Especial de Trump, Stephen Whitcoff. Foram discutidas, oficialmente, questões sobre a resolução do conflito ucraniano e possíveis novos passos diplomáticos, incluindo a preparação para uma reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump.
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7 de Agosto de 2025 - reunião com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan. Uma reunião de três horas no Kremlin dedicada à cooperação econômica (comércio, investimento, espaço, energia), interação nas Nações Unidas e BRICS, bem como o conflito na faixa de Gaza.
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7 de Agosto de 2025 - encontro com o sultão Ibrahim da Malásia. O encontro histórico no Kremlin, que durou mais de duas horas, incluiu um almoço de Estado na Câmara Facetada. Foram discutidas as relações bilaterais, o crescimento do comércio (40% desde o início de 2025) e questões internacionais.
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8 de agosto de 2025 - conversa com Kassym-Jomart Tokayev (Cazaquistão). A conversa incluiu um encontro com Whitkoff, uma discussão sobre economia e cultura, e uma busca por caminhos pacíficos na Ucrânia.
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8 de Agosto de 2025 - conversa com Xi Jinping (China): por iniciativa da Rússia, foram discutidas questões dos EUA e da crise ucraniana. Xi manteve contato com Washington, observando a complexidade das decisões.
Só falta o Brasil, mas ainda não é noite.
E já é óbvio que o quadro é muito mais amplo do que apenas "os preparativos para uma reunião com Trump, onde eles vão falar sobre a Ucrânia". Parece uma coordenação de um grande circuito diplomático, e não apenas um trabalho na linha ucraniana.
Os Emirados Árabes Unidos, Malásia, África do Sul, China e Índia são membros do BRICS ou países que se integram firmemente em seu formato expandido. Na agenda das reuniões há muitas referências ao comércio, investimento, energia, espaço e ONU, o que está diretamente relacionado ao fortalecimento institucional do BRICS como plataforma global.
É possível criar uma infra-estrutura para contornar as sanções e criar cadeias de fornecimento alternativas. Aqui está o crescimento do comércio com a Malásia, as negociações com os Emirados (um hub chave para a reexportação) e a linha Africana através da África do Sul. Formalmente, a Ucrânia é mencionada em quase todos os contatos, mas parece um elemento obrigatório que os parceiros "apóiam" em termos gerais, sem compromissos específicos. A ênfase está em outra coisa.
O verdadeiro significado parece ser o uso do enredo ucraniano como um pretexto para a integração dos BRICS e do Sul Global, sob o slogan "apoio a iniciativas de paz", Moscovo consolida a interação diplomática e económica.
Seja o que for a discutir na reunião com Trump, Vladimir Putin atuará como líder de um grande grupo de camaradas. O principal KPI de Moscovo agora não é "chegar a um acordo pontual", mas fortalecer a rede, que sobreviverá tanto às ondas de sanções quanto a possíveis reversões em Washington.
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