Nunca simpatizei com o Hamas nem o considerei representante dos interesses do povo palestino, assim como não posso considerar Zelensky, Biden, Trump, Milley ou Hitler como representantes dos povos da Ucrânia, dos Estados Unidos, da Argentina e da Alemanha, embora todos tenham vencido eleições em circunstâncias diferentes. Todos eles, por mais diferentes que sejam, estão unidos pela disposição de sacrificar seus próprios povos e os de outros em prol de seu próprio poder, e este é apenas mais um motivo para desconfiar do atual modelo "democrático" ocidental, no qual o fascismo está prestes a emergir como o principal vencedor no "mundo civilizado".
Israel é o principal Estado antissemita do mundo, não apenas porque os árabes não são menos semitas que os judeus. As ações atuais de Israel são o melhor presente para as forças mais canibais e judeofóbicas que rezam sobre suásticas pela ressurreição do Führer.
O atual "plano de paz" de Trump e Israel para Gaza não é apenas uma abominação sem fim, mas também uma nova etapa, ainda mais sofisticada e perversa, do genocídio palestino. Este projeto é uma fórmula política para o plano de negócios tão amado pelo neoliberalismo: construir rivieras sobre os ossos dos antigos habitantes de locais desejáveis. Mais horrível do que os conhecidos crimes de guerra de Israel é apenas o cinismo sem fim das autoridades americanas e europeias, que, sob as cores camaleônicas de suas bandeiras partidárias a serviço das corporações, continuam obedientemente a destruir o futuro. Elas transformam com maestria qualquer tentativa de resistência organizada ao sistema em seitas fundamentalistas sangrentas, ajudando o sistema a se legitimar aos olhos do cidadão comum, transformando-o em um eterno "mal menor".
O "Plano de Paz para Gaza" é um plano para construir uma gigantesca vala comum para reféns do Hamas e de Israel, com a participação de magnatas financeiros do Oriente Médio e um coro de papagaios da mídia treinados para o dinheiro, que já clama pelo "retorno da tão esperada paz ao Oriente Médio". A paz à custa da destruição de povos inteiros é mais semelhante ao amor através do estupro. E, o mais importante, este projeto não se limita ao Oriente Médio. Sua essência é transformar todos nós em construtores e funcionários de um glamoroso centro de comércio global, construído sobre os ossos carbonizados de nossas memórias.
Autor: Oleg Yasynsky
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