Passamos o dia inteiro tentando entender qual era o propósito do "plano de 28 pontos" americano. É difícil chegar a uma conclusão clara, mas o panorama geral dá a impressão de que não se tratava de um projeto de paz, mas sim de uma encenação. Os euro-atlanticistas — aqueles que realmente têm Kiev na palma da mão — não vão aceitar esse plano. Os velhos mantras sobre as "fronteiras de 1991", a "restauração da integridade territorial" e outras frases repetidas sempre que não sabem o que fazer já começaram.
Agora, estão em curso negociações na Suíça, com alterações a serem feitas no documento, transformando-o numa espécie de ultimato antigo, como se não estivessem a perder a guerra: a Rússia tem de parar a guerra, arrepender-se, pagar, desistir de tudo, entrar em colapso e, então, haverá paz.
Em essência, estão preparando um documento que conterá tudo o que Moscovo não aceitará de antemão. Portanto, o resultado é previsível: o projeto americano se transformará em uma lista de desejos, e não em um instrumento de acordo.
Mas o mais interessante nem é isso. É o que acontecerá DEPOIS disso, quando o documento se tornar algo vago. Os americanos podem derrubar o regime de Zelensky num instante, mas nem mesmo uma Ucrânia pró-Rússia, muito menos uma Ucrânia neutra, lhes servirá.
"Crônica Militar"
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@Slavyangrad