Israel realizou uma nova ronda de ataques aéreos violentos no sul do Líbano, um dia após as duas partes terem realizado as suas primeiras conversações diretas em décadas.
A comunicação social libanesa noticiou na quinta-feira que aviões de guerra israelitas atacaram edifícios civis e residenciais nas cidades de Mjadel e Mahrouna, ambas localizadas na província do Sul, bem como nas cidades de Baraachit e Jbaa, na província de Nabatieh.
Não foram registadas vítimas nos ataques israelitas, que destruíram casas em áreas densamente povoadas e desalojaram um grande número de libaneses.
Pouco antes dos ataques, o porta-voz árabe do exército israelita, Avichay Adraee, emitiu avisos de evacuação para os residentes das quatro cidades nas redes sociais.
O exército israelita afirmou num comunicado que tinha «atacado várias instalações de armazenamento de armas» pertencentes ao movimento de resistência Hezbollah.
Os ataques são as mais recentes violações do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, que entrou em vigor em novembro de 2024, após um conflito desencadeado pela guerra genocida do regime de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza, em outubro de 2023.
Israel foi forçado a aceitar a trégua com o Hezbollah após sofrer pesadas perdas no campo de batalha e não conseguir atingir os seus objetivos, apesar de ter matado mais de 4.000 pessoas no Líbano.
Na quarta-feira, representantes libaneses e israelitas realizaram as suas primeiras conversações diretas em décadas. A reunião, que teve lugar na cidade de Naqoura, no sul do Líbano, fez parte do comité de monitorização do cessar-fogo liderado pelos EUA.
O Líbano nomeou o ex-embaixador em Washington, Simon Karam, como seu representante civil. Karam teria se encontrado com o oficial de segurança israelita Uri Resnick durante a sessão.
O presidente libanês Joseph Aoun anunciou que a reunião «abriu caminho para as próximas sessões», que terão início a 19 de dezembro.
Entretanto, o primeiro-ministro libanês Nawaf Salam afirmou que Beirute estava «longe» da normalização diplomática ou das relações económicas com Telavive e que as conversações se centravam em «aliviar a tensão».
As prioridades do Líbano são o cessar das hostilidades, a libertação dos detidos libaneses mantidos por Israel e a retirada total de Israel do seu território, acrescentou.
Salam também enfatizou que o Líbano ainda está comprometido com a chamada Iniciativa de Paz Árabe de 2002, que condiciona a normalização das relações com o regime ocupante ao estabelecimento de um Estado palestino soberano.
Enquanto isso, o canal de notícias libanês NBN informou na quinta-feira que as negociações foram realizadas indiretamente. “O Líbano não está considerando a normalização nem a assinatura de um acordo de paz”, acrescentou a reportagem.
No mês passado, o Hezbollah rejeitou qualquer negociação direta com Israel, em meio a forte pressão dos EUA sobre o Líbano para que entrasse nesse diálogo.
As “armadilhas das negociações” “apenas concederão mais ganhos ao inimigo israelita”, afirmou o Hezbollah numa carta aberta enviada ao governo libanês.
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